bancos do Xingu

  • Na feira SP-Arte em abril de 2019, no setor de design, nossos vizinhos de stand eram artistas indígenas do Parque do Xingu, que participavam com seus bancos de madeira de formas zoomórficas. Um de seus integrantes, Ontxa Mehinako, veio à nossa loja dias depois do evento. Na conversa, percebemos a vontade mútua de estabelecer um diálogo entre os bancos e as peças da Ovo. Assim a Ovo adquiriu o conjunto apresentado aqui, criado por artesãos da etnia Mehinako, que habita o alto Xingu, no Mato Grosso.Os bancos são talhados a partir de troncos únicos de madeira, e características como diâmetro e curvatura informam a escolha de qual bicho o artista irá representar. Em uma capivara de Senna Mehinako, a orelha coincide com o alburno da madeira, de tom mais claro. Fica evidente que existe uma ideia de projeto, a presença da dialética problema/solução tão característica do cotidiano do designer. Os bancos são fruto construção coletiva, resultante do compartilhamento por gerações de formas e símbolos. Existe, todavia, espaço para cada artesão afirmar sua habilidade, como ressalta a introdução do livro Bancos Indígenas do Brasil, da editora BEI. No mesmo livro, uma reflexão da antropóloga Cristina Barreto oferece pistas do sentido de inserir essa produção, a um só tempo utilitária e ritualística, no contexto do design contemporâneo brasileiro. Se nos bancos não existe separação entre arte e artefato, objeto de contemplação e funcionalidade, entre belo e útil, isso não os aproxima tão mais do design?
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Na feira SP-Arte em abril de 2019, no setor de design, nossos vizinhos de stand eram artistas indígenas do Parque do Xingu, que participavam com seus bancos de madeira de formas zoomórficas. Um de seus integrantes, Ontxa Mehinako, veio à nossa loja dias depois do evento. Na conversa, percebemos a vontade mútua de estabelecer um diálogo entre os bancos e as peças da Ovo. Assim a Ovo adquiriu o conjunto apresentado aqui, criado por artesãos da etnia Mehinako, que habita o alto Xingu, no Mato Grosso.Os bancos são talhados a partir de troncos únicos de madeira, e características como diâmetro e curvatura informam a escolha de qual bicho o artista irá representar. Em uma capivara de Senna Mehinako, a orelha coincide com o alburno da madeira, de tom mais claro. Fica evidente que existe uma ideia de projeto, a presença da dialética problema/solução tão característica do cotidiano do designer. Os bancos são fruto construção coletiva, resultante do compartilhamento por gerações de formas e símbolos. Existe, todavia, espaço para cada artesão afirmar sua habilidade, como ressalta a introdução do livro Bancos Indígenas do Brasil, da editora BEI. No mesmo livro, uma reflexão da antropóloga Cristina Barreto oferece pistas do sentido de inserir essa produção, a um só tempo utilitária e ritualística, no contexto do design contemporâneo brasileiro. Se nos bancos não existe separação entre arte e artefato, objeto de contemplação e funcionalidade, entre belo e útil, isso não os aproxima tão mais do design?

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